domingo, 16 de março de 2014

E se houver tempo?


Se houver tempo... 
Mostrar-lhe-ia meu sorriso secreto.
Tomaria um café sentada em seu colo.
Dividiria contigo a saudade quando eu não conseguisse carregá-la por muito tempo [...]

Se houver tempo, escrever-lhe-ia meu desejo ao redor do seu corpo, para que na minha ausência, você estivesse impregnado de minha presença.
Tomaria-lhe parte do dia só pra que você pudesse suspender suas razões.


Se houver tempo, contar-lhe-ia mil bobagens só pra vê-lo gargalhar mais vezes.
Planejaríamos que não iríamos planejar o roteiro de viagem.
Se houver tempo lhe mostraria minhas imperfeições e, rezaria para que ainda presentes em mim, seu desejo de ficar fosse maior.

Se houver tempo, iria ler os artigos sobre Economia só para que eu pudesse ter mais tempo ao seu lado. 
Ouviria seu silêncio e me deleitaria em suas prosas.

Se houver tempo, me colocaria entre o sabonete e seu peito só para ter a desculpa de no seu corpo deslizar.
Dir-lhe-ia que não tenhas receio de me desnudar... Porque toda mulher deseja por um homem que tire suas roupas, mas, sobretudo suas melhores emoções.

E se eu chorar... Ah! Se eu chorar! Não me ofereça seu lenço, mas sim seu peito para que eu possa repousar minhas desventuras.
Agora se me possuíres... Que seja por completo... De dentro pra fora de fora pra dentro porque o todo é maior que a soma das partes.

Se houver tempo... Deixe-me sentir seu jeito de menino porque o adulto já existe muitas pessoas a lhe conhecer.
Que haja confissões despretensiosas para se compartilhar: nos lençóis da cama, nas refeições, no banho juntos, nas músicas que ouviríamos e até mesmo em nossos silêncios...

Se houver tempo, que haja menos receio em se apaixonar, e mais vontade em permanecer!
Se houver tempo, me permita ser sua menina-mulher e eu lhe darei a melhor porção dela.

Agora, se não fores navegar nesse barco, que o tempo me ensine a deixá-lo em algum lugar dentro de mim como um sopro de saudade.
Se não houver mais tempo... Então me ensine a recolher as velas, alinhar a proa e continuar navegando. 
E que assim, eu possa em algum ponto da saudade, lembrar que você já fez morada em mim.